6 de junho de 2010

Os efeitos das redes sociais nas interações com o consumidor

Um tema que tem sido recorrente em praticamente todas as publicações de negócios são as redes sociais. A grande questão é que, por ser algo muito novo, ainda existem muitos mitos e lendas sobre o uso corporativo das mesmas.

É possível encontrar exemplos de empresas que obtiveram ótimos resultados com seu uso, como a Dell ou a brasileira Tecnisa. Por outro lado, também são comuns casos em que as redes sociais prejudicaram a reputação de uma empresa como a Locaweb, que recentemente demitiu seu diretor comercial devido a comentários inapropriados sobre futebol no seu Twitter pessoal.

Um ponto que precisa ficar muito claro é que, na prática, as redes sociais não revolucionaram a forma com que as pessoas se comunicam, apenas aumentaram a velocidade e o alcance das informações. Com isso em mente, a tecnologia em si torna-se secundária. Para aproveitar bem o poder das redes sociais, o que importa é entender como as pessoas se comunicam.

O modelo convencional de publicidade é: tenha dinheiro suficiente para investir em anúncios, crie um produto razoável e a mídia fará o resto para seu produto ser um sucesso. Com as redes sociais, é possível conquistar uma legião de entusiastas da sua empresa sem gastar um único centavo, desde que a empresa gere conteúdo relevante.

Por mais óbvio que pareça, as pessoas apenas se interessam por coisas interessantes, quero dizer: algo com o qual elas se identifiquem. Para as pessoas se identificarem com algum conteúdo, é fundamental que as empresas mostrem um lado mais humano.

Na TV é possível interromper o conteúdo e inserir propagandas. No mundo digital, as pessoas só clicam no que as interessa. É muito fácil para qualquer um ignorar uma propaganda que não seja minimamente atrativa. Por um lado, uma grande parcela de pessoas não gosta ou simplesmente ignora uma marca. Por outro, uma pequena parcela de pessoas amará a empresa e fará o máximo para promovê-la e indicá-la para amigos. Essas pessoas são os entusiastas e se importam com uma boa presença nas mídias sociais.

O grande valor dos entusiastas está na carga de credibilidade que passam ao indicar um produto. Quando um desconhecido me fala sobre um novo produto, ele ainda não tem nenhuma credibilidade comigo. Quando alguém de confiança me indica um produto, essa confiança é automaticamente transferida para a fabricante do mesmo.
Ao acumular credibilidade de seus entusiastas, a empresa passa a construir sua reputação. Seja escondendo seus e-mails no site ou através de uma mensagem de “Não responda esse e-mail”. Essas práticas passam para os clientes a mensagem de “Queremos que você nos ouça, mas não queremos te ouvir”. Isso simplesmente não funciona para empresas que querem conquistar entusiastas (com exceção da Apple).

Assim como qualquer pessoa, seus entusiastas querem ser ouvidos. Ter um diálogo aberto com seus clientes é uma ótima forma de conquistá-los e principalmente de entender como melhorar seus produtos e serviços.

Lembre-se que seu cliente é seu melhor consultor. Além de tudo, ele não te cobrará por essa consultoria. Mais do que uma novidade tecnológica, redes sociais significam conexões (rede) de pessoas (social). Por isso fecho essa reflexão com uma frase de Vivianne Vilela, analista do Sebrae: “A presença das empresas na tal web 2.0 nada mais é do que uma camada de gente, que gosta de gente, fazendo conexões e negócios com gente. Simples assim.”

Por Millor Machado

0 comentários:

Postar um comentário